"Este sistema está atualmente a ser revisto, com o objetivo de reequilibrar a distribuição da procura entre as maternidades", explicou aquela estrutura, depois da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) ter revelado que 16 médicos daquela maternidade apresentaram escusas de responsabilidade, alertando que a sobrecarga aumenta o risco de erro clínico.

A ULS de Coimbra adiantou que vai aderir ao programa SNS Grávida, que permite uma melhor integração e orientação das utentes no sistema de saúde, particularmente para as consultas abertas já criadas em ambas as maternidades da cidade.

No entanto, salientou que desde o ano passado foram implementados mecanismos internos de articulação entre as duas maternidades de Coimbra - Bissaya Barreto e Daniel de Matos - para garantir uma gestão eficiente dos recursos disponíveis e a continuidade da resposta assistencial.

"Esta articulação tem permitido mitigar os impactos da crescente pressão sobre os serviços", sublinhou a ULS de Coimbra, referindo que foi celebrado um protocolo com a congénere da região de Leiria, que prevê o reforço de profissionais de enfermagem (especialistas em saúde materna e obstetrícia) nas maternidades de Coimbra.

Por outro lado, a partilha de recursos médicos contribui também para a redução dos períodos de encerramento da urgência do Hospital de Santo André, em Leiria.

A FNAM indicou que o documento apresentado pelos médicos do Serviço de Urgência de Obstetrícia B da ULS de Coimbra que apresentaram escusas de responsabilidade denuncia “uma inaceitável degradação das condições de trabalho” e uma “comprometida qualidade” dos cuidados prestados a grávidas, parturientes e puérperas na região.

Lembrou que, num contexto de “carências estruturais e organizativas”, o encerramento reiterado do Serviço de Urgência de Obstetrícia da ULS de Leiria e Aveiro, em vários dias da semana no verão, sem o reforço de equipas médicas na ULS de Coimbra, está a provocar uma “sobrecarga insustentável” dos profissionais da Bissaya Barreto.

“Esta situação compromete a segurança do ato médico e aumenta o risco de erro clínico, com consequências potencialmente trágicas”, reiterou.