O Governo moçambicano disse hoje que os três casos confirmados de mpox, todos na província de Niassa, norte do país, têm origem no vizinho Maláui, onde o surto já afetou mais de 50 pessoas.
“Trata-se de três cidadãos nacionais que se deslocaram no trajeto Maláui - Moçambique. Maláui tem muito mais casos, pouco mais de 40 casos. Creio que deve estar dentro do contacto”, disse o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, no final da reunião daquele órgão realizada hoje na Beira, província de Sofala.
As autoridades de saúde moçambicanas mantêm três casos confirmados de mpox, todos na província de Niassa, norte do país, mas elevaram para 11 o total de suspeitos, segundo o boletim da evolução da doença divulgado segunda-feira.
O porta-voz do Conselho de Ministros afirmou que as autoridades sanitárias têm a situação “no controlo” e tomaram medidas para que a doença não se espalhe além do distrito fronteiriço para outros pontos do país.
“O que o país [Moçambique] fez, foi colocá-los em quarentena, para que se possa acompanhar num cenário isolado e para que eles não espalhem a doença. O setor de saúde está atento e a criar condições para que de lá, no distrito de Lago [Niassa, norte de Moçambique], não saia e se espalhem casos para moçambicanos”, disse Impissa.
“Os pacientes encontram-se clinicamente estáveis e estão em isolamento domiciliar, sob monitoria das autoridades sanitárias”, referiu anteriormente o Ministério da Saúde.
Fonte do Ministério da Saúde confirmou à Lusa que se trata dos primeiros três casos de mpox em Moçambique do atual surto que afeta vários países da região africana, recordando que, de 01 de janeiro a 08 de julho, foram notificados 77.458 casos da doença em 22 países, resultando em 501 óbitos.
Os primeiros casos no surto anterior de mpox em Moçambique foram registados pela primeira vez em 2022, em Maputo.
Na região da África austral, que inclui Moçambique, já foram reportados anteriormente casos na República Democrática do Congo, Angola, Maláui, África do Sul, Tanzânia e Zâmbia.
A mpox é uma doença viral zoonótica, identificada pela primeira vez em 1970, na República Democrática do Congo.
A Organização Mundial da Saúde declarou em agosto de 2024, pela segunda vez, a mpox como uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, em virtude do aumento do número de casos, óbitos e expansão geográfica, recorda o Ministério da Saúde moçambicano.