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Moçambique recebe dois milhões de doses da vacina BCG após rutura

Lusa
30-06-2025 17:08h

As autoridades moçambicanas de saúde receberam dois milhões de doses da vacina contra a tuberculose (BCG), suficientes para seis meses, que começam a distribuir pelo país na terça-feira, após a situação de rutura, foi hoje anunciado.

“Recebemos hoje, dia 30 [de junho], a vacina da BCG na quantidade de dois milhões de doses. É uma vacina que neste momento vai começar o processo de empacotamento para aviamento para as províncias”, disse Brayton Maculuve, do Programa Alargado de Vacinação do Ministério da Saúde de Moçambique (Misau), em declarações aos jornalistas, em Maputo.

Em causa está a falta da vacina BCG administrada em crianças nas unidades sanitárias moçambicanas, confirmada anteriormente pelas autoridades de saúde, que avançaram que vão alocar nas províncias equipas para vacinar menores, nas comunidades que ficaram afetadas com a rutura.

“É para poder maximizar a recuperação, ou seja, a recuperação de crianças que ficaram sem vacinar durante este período da rutura (…) Nós já tínhamos comunicado isto à imprensa, em cerca de duas semanas que estivemos sem vacina (…). Permitam-me explicar que esta vacina, em termos de elegibilidade, ou seja, o período em que a criança deve tomar a vacina, prevê-se entre zero, neste caso, do momento de nascimento, até 23 meses”, disse o responsável do Misau.

“Quer dizer que a criança que nasceu há duas semanas ela ainda está dentro do período para receber a vacina e não há nenhum risco do ponto de vista epidemiológico”, acrescentou.

As autoridades de saúde de Moçambique garantiram que, com os dois milhões de doses que chegaram hoje, o país tem uma capacidade para seis meses de vacinação, a qual arranca em 01 de julho, com o processo de empacotamento e envio para as províncias.  

Respondendo a perguntas de jornalistas face às constantes ruturas do ‛stock’ de medicamentos, o responsável do programa de vacinação do Governo admitiu que a gestão de vacinas no país é um “processo complexo”, mas adiantou que o Governo repõe-nas trimestralmente.

“Quando nós falamos da rutura de cerca de duas semanas é preciso compreender que nós temos vários níveis de ‛stock’ da vacina, temos stock a nível do depósito central, mas a ausência da vacina no depósito central não significa ausência no depósito provincial, então há vários níveis. Podemos não ter a vacina no depósito provincial, mas ter na unidade sanitária”, explicou Brayton Maculuve, respondendo à insistência dos jornalistas quanto à rutura das vacinas.

Em 28 de maio, a Lusa noticiou que Moçambique gastou quase 130 milhões de euros na aquisição de medicamentos e material médico nos primeiros cinco meses do ano, com o Governo a garantir haver ‛stock’ suficiente até final do ano.

“Nos primeiros cinco meses deste ano distribuímos medicamentos e produtos médicos em cerca de 9,4 mil milhões de meticais [129,6 milhões de euros] para as principais doenças do nosso país, nomeadamente doenças diarreicas, doenças respiratórias, hipertensão arterial, diabetes, tuberculose, malária, entre outros”, disse, naquela data, o ministro da Saúde, Ussene Isse.

Apesar de ter garantido haver ‛stock’, o governante tinha também adiantado, naquele dia, haver já restrições para alguns medicamentos, em face das vandalizações de armazéns de medicamentos durante os protestos pós-eleitorais.

“[Há] algumas restrições para medicamentos do sistema cardiovascular, do sistema nervoso e alguns anestésicos, mas devo dizer que o ‛stock’ será reposto nos próximos meses de junho e julho”, acrescentou, naquela data, o ministro da Saúde.

 

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