Os estudantes de Medicina alertam hoje para a "degradação das condições de ensino" e a pressão nas escolas médicas e pediram ao Governo que dê prioridade a estas questões antes de tomar medidas que comprometam a qualidade da formação.
Em comunicado, a Associação Nacional dos Estudantes de Medicina (ANEM) diz que apresentou uma série de propostas à ministra da Saúde e ao ministro da Educação, Ciência e Inovação, num encontro que serviu também para alertar para “os riscos do aumento do número de vagas nos cursos de Medicina e a abertura de novas escolas médicas sem planeamento estratégico”.
Defendem a necessidade de uma “redução progressiva do ‘numerus clausus’” e de “inibir a abertura de novos cursos”, até que se resolvam os problemas nas escolas existentes.
As propostas da ANEM - acrescenta nota -, assentam num “diagnóstico preocupante” das condições pedagógicas nas escolas médicas portuguesas, revelado por um estudo realizado pela própria associação.
Segundo este estudo, um terço dos estudantes está insatisfeito com as condições pedagógicas, dois em cada cinco com o ensino clínico e mais de metade considera que não há oportunidades suficientes “para a prática de gestos clínicos”.
A ANEM reitera a disponibilidade para “colaborar ativamente” com o Governo na construção de “um futuro sustentável” para a formação médica em Portugal, que garanta a qualidade do ensino e responda às necessidades da população em termos de cuidados de saúde.
Citada no comunicado, o presidente da ANEM, Paulo Simões Peres, dá conta da preocupação dos estudantes de Medicina com a degradação das condições de ensino e com a “pressão crescente sobre as escolas médicas”, apelando ao Governo que dê prioridade a estes problemas antes de avançar com medidas “que possam comprometer ainda mais a qualidade da formação”.