Os 28 bebés prematuros retirados domingo de Gaza para o Egito encontram-se hoje em "estado crítico" em diferentes hospitais da província do Sinai do Norte, situação que impede uma transferência para outros centros hospitalares do país, disseram fontes médicas.
Fontes do Hospital Al-Arish adiantaram à agência noticiosa espanhola EFE que "a maioria ou mesmo todos" os bebés retirados através do posto fronteiriço de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito, estão em "estado crítico" e que, por isso, não podem ser transferidos para o Cairo para receber um tratamento mais eficaz.
Inicialmente, acrescentaram as mesmas fontes, foram retirados 31 recém-nascidos de Gaza, mas três deles morreram antes de entrar no Egito "devido ao longo tempo que demorou a coordenar a transferência através de zonas perigosas" dentro do enclave palestiniano.
Dos 28 bebés, 16 estão no hospital de Al-Arish, a cerca de 30 quilómetros do posto de passagem terrestre através do qual foram retirados, enquanto os restantes foram encaminhados para outros centros hospitalares próximos, acrescentaram as fontes.
Os recém-nascidos chegaram hoje ao Egito depois de terem sido retirados no domingo do hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, e transferidos para o sul do enclave palestiniano, em preparação para a sua entrada em território egípcio.
Em comunicado, o Ministério da Saúde egípcio disse hoje que os recém-nascidos estavam a ser transferidos para diferentes hospitais, não especificados, para receberem "o mais alto nível" de cuidados médicos devido à deterioração do seu estado de saúde.
Fontes do hospital Al-Arish disseram anteriormente à EFE que cinco mães também foram retiradas da Faixa de Gaza e chegaram hoje à unidade hospitalar, onde vão acompanhar os respetivos filhos.
No domingo, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, adiantou que os 31 bebés em questão estavam "muito doentes" e tinham sido retirados do hospital Al-Shifa em seis ambulâncias do Crescente Vermelho Palestiniano, juntamente, entre outras pessoas, com seis profissionais de saúde.
A Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007, é atualmente palco de uma guerra que foi desencadeada pelo ataque do grupo islamita palestiniano a Israel, em 07 de outubro.
O exército israelita lançou um ataque ao hospital Al-Shifa na quarta-feira, alegando que albergava uma base do Hamas.
Há muito que Israel alega que o Hamas mantém um vasto posto de comando dentro e debaixo do hospital Al-Shifa, embora o movimento islamita e o pessoal do hospital neguem as alegações.