SAÚDE QUE SE VÊ

Neste conflito geracional, a medicina deixou de ser um sacerdócio?

ALS/Lusa
02-11-2023 16:37h

No último Check-Up, Álvaro Beleza e Sérgio Barroso refletiram sobre os temas da atualidade da saúde, sob moderação da jornalista Vera Arreigoso.

As reuniões entre médicos e governo sucedem-se e, até agora, sem acordo.

O ministério da Saúde cedeu em alguns pontos, como o regresso às 35 horas semanais, para quem o pretenda, e bancos de 12 horas na urgência, de forma faseada, com comtrapartidas que Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e Sindicato Independente dos Médicos (SIM), recusam.  

Na opinião de Sérgio Barroso, Coordenador da Unidade de Oncologia Médica Lusíadas, os médicos mais jovens não estão disponíveis para trabalhar mais do que as 35 horas por semana. 

Por outro lado, Álvaro Beleza, presidente da Associação de Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) recorda que todos os médicos são sujeitos ao juramento de Hipócrates. 

Álvaro Beleza, sublinha que "o sistema tem que se adaptar ao mundo novo".
O também director do Serviço de Sangue do CHLN/Hospital de Santa Maria, não tem dúvidas de que se trata de um conflito geracional.

Sérgio Barroso, afirma que o excesso de trabalho não pode ser justificado com a questão ética. 
Horas a mais aumentam o risco de erro e os médicos mais jovens não se querem sujeitar a trabalhar nessas condições.

Joana Bordalo e Sá, líder da FNAM, afirmou recentemente que "a equipa ministerial de Manuel Pizarro parece que ainda não percebeu que os médicos querem viver à custa de um salário justo, não querem continuar a viver na exaustão porque a medicina não é um sacerdócio".

Álvaro Beleza, acredita que, pelo contrário, a medicina é uma vocação para a vida e para pessoas disponíveis.

Todas as semanas, o Check-Up passa em revista a atualidade da saúde, com moderação da jornalista Vera Arreigoso.

Nova análise, novos convidados, todas as sextas-feiras, pelas 23h.

 

 

 

 

 

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