O Presidente da República felicitou hoje os três alunos portugueses, do Colégio Luso-Francês, que venceram no sábado passado o Concurso Europeu para Jovens Cientistas, com um projeto que propõe regenerar tecido ósseo através do uso de teias de aranha.
Numa nota divulgada hoje na página oficial da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa felicita “os jovens alunos Afonso Nunes, Inês Cerqueira e Mário Onofre, que receberam o primeiro lugar do EU Contest for Young Scientists (UCYS), organizado pela Comissão Europeia, com o projeto SPIDER-BACH2”.
O chefe de Estado português salienta que foram a concurso 85 projetos, com mais de 130 jovens, entre os 14 e 20 anos, de 36 países e que SPIDER-BACH2 “é um projeto inovador na área da bioengenharia, que permite regenerar tecido ósseo através do uso de seda de teias de aranha, tendo por isso aplicações práticas na mitigação da osteoporose”, que afeta uma grande percentagem da população.
“O Presidente da República sublinha mais uma vez a importância da Ciência e do papel de todos os cientistas na nossa sociedade e sublinha o quanto o mundo precisa dos cientistas para questionar e concretizar as suas ideias através de projetos inovadores”, refere a nota.
De acordo com uma nota divulgada no sábado pela Fundação da Juventude, que fez o anúncio de que o prémio “vem para Portugal”, além dos 7.500 euros do primeiro prémio, “os alunos foram ainda distinguidos com o Prémio Especial XFEL”, que “garante o acesso a uma experiência de uma semana no European XFEL - European X-Ray Free-Electron Laser Facility, em Hamburgo”.
O grupo foi coordenado pela professora Rita Rocha, tendo os jovens sido escolhidos para representar Portugal em Bruxelas “com a vitória no Concurso Nacional de Jovens Cientistas de 2023, organizado pela Fundação da Juventude, com um projeto inovador na área da engenharia (bioengenharia)”.
O Spider-Bach2 “assenta na proposta de produção simultânea de seda de teia de aranha recombinante com um péptido bioativo que demonstra ter propriedades regenerativas do tecido ósseo”, destacou a entidade.
Segundo a Fundação, “o produto final poderá ter aplicações na mitigação da osteoporose, ao possibilitar a produção ‘in vitro’ de osteoblastos, células responsáveis pela síntese orgânica da matéria óssea”.
A Fundação da Juventude levou ao concurso ainda o projeto Syrenity, “um estudo que tem como objetivo a produção de um creme rico em colagénio – proteína com propriedades estruturais e hidratantes – utilizando subprodutos resultantes da indústria pesqueira, como escamas e barbatanas de peixes, apresentado por Joana Monteiro, João Henriques e Margarida Leite, alunos do Colégio Valsassina, coordenados pelo professor João Gomes”.
A Fundação recordou que as delegações portuguesas enviadas ao EUCYS “têm conseguido frequentemente distinções”, lembrando que “na edição de 2022, em Leiden, os estudantes madeirenses Joaquim Sousa Dória e José Tiago Fernandes Vieira venceram na categoria de bioeconomia, e em 2021, o prémio especial Joint Research Center foi arrecadado pelos alunos portuenses Klára Varga, Sara Couto e João Carvalho”.
A Fundação da Juventude organiza, desde 1992, o Concurso Nacional de Jovens Cientistas, destinado a jovens entre os 15 e os 20 anos, estudantes do ensino secundário e superior (no primeiro ano) e a jovens (a título individual ou em grupo, até 3 elementos) com projetos de investigação, desenvolvidos no âmbito escolar/universitário.