O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, agradeceu hoje o regresso aos hospitais dos profissionais de saúde do país, após greves em protesto contra irregularidades salariais e por melhores condições de trabalho.
“O povo e o meu Governo agradecem e saúdam a postura por vós tomada ao decidir regressar às unidades sanitárias e cuidar dos moçambicanos”, disse Filipe Nyusi, durante a inauguração do Hospital Provincial de Lichinga, em Niassa, no norte do país.
O Sistema Nacional de Saúde moçambicano enfrentava uma crise provocada por greves de funcionários, convocadas, primeiro, pela Associação Médica de Moçambique (AMM), que suspendeu o seu protesto, e depois pela Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), também suspensa, que exige melhores condições de trabalho também para outros profissionais de saúde.
As greves foram interrompidas em agosto para dar espaço às negociações com o Governo e, segundo o chefe de Estado, “o diálogo [entre as partes] tem sido produtivo”.
A Associação Médica de Moçambique (AMM) anunciou a interrupção, até 02 de outubro, da greve que estava em curso desde 10 de julho para dar espaço às conversações com o novo grupo negocial liderado pelo primeiro-ministro moçambicano, Adriano Maleiane.
Já a APSUSM, que afirma abranger cerca de 65.000 técnicos, serventes e enfermeiros do sistema de saúde moçambicano, suspendeu a greve até 05 de novembro, alertando para uma possível retoma caso não sejam observados os acordos das negociações em curso.
As greves destes grupos de profissionais provocaram uma crise no sistema de saúde, que aumentou o tempo de espera nas já limitadas unidades de saúde em todo país.
A aplicação da nova tabela salarial na função pública está a ser alvo de forte contestação por parte de várias classes profissionais, com registo de atrasos salariais e cortes, criticados por vários segmentos do aparelho do Estado moçambicano.