A presidente da Comissão Europeia propôs hoje o candidato apresentado pelo Governo dos Países Baixos para comissário europeu, o atual ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) Wopke Hoekstra, atribuindo-lhe a pasta da ação climática, após o ter entrevistado.
A escolha foi conhecida numa declaração de Ursula von der Leyen, divulgada à imprensa europeia em Bruxelas, na qual se lê que, na entrevista de hoje, Wopke Hoekstra “demonstrou uma forte motivação para o cargo e um grande empenho na União Europeia (UE)”, possuindo “igualmente uma experiência profissional relevante para este cargo”.
“Na sequência desta entrevista, decidi propor ao Conselho e ao Parlamento Europeu a nomeação de Wopke Hoekstra para o cargo de comissário. Será responsável pela ação climática, sob a orientação do vice-presidente executivo responsável pelo Pacto Ecológico Europeu, pelas Relações Interinstitucionais e pela Prospetiva”, adianta a líder do executivo comunitário.
Wopke Hoekstra, até agora vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos, tem “uma experiência significativa em questões europeias”, depois de no anterior mandato governativo ter assumido a pasta das Finanças, entre 2017 a 2022, de acordo com Ursula von der Leyen.
“A sua experiência governamental será um forte trunfo, em particular para a diplomacia climática da Europa na preparação para a COP28 [Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023] e para o financiamento climático, bem como para a implementação de instrumentos legislativos relacionados com o clima”, adianta a responsável.
A nomeação surge depois de, na passada sexta-feira, o Governo dos Países Baixos ter informado a Comissão Europeia sobre a nomeação do atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Wopke Hoekstra, para comissário europeu, após a saída do vice-presidente com a pasta da ação climática, Frans Timmermans.
Frans Timmermans apresentou também na semana passada a sua demissão para concorrer às eleições legislativas nos Países Baixos, que foi aceite.
“Durante a entrevista, [Wopke] Hoekstra sublinhou o seu empenho em prosseguir uma política climática ambiciosa e em manter um equilíbrio social em todos os esforços conjuntos necessários para alcançar a neutralidade climática”, acrescenta Ursula von der Leyen na mesma declaração.
Wopke Hoekstra, de 47 anos, já tinha feito parte do anterior executivo neerlandês, também liderado por Mark Rutte.
Em meados de 2020, ficou conhecido como um dos principais opositores na UE à emissão de dívida conjunta devido às consequências económicas da pandemia de covid-19, medida que acabou por ser aplicada.
Com a saída de Frans Timmermans, o até então vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelas Relações Interinstitucionais, Maroš Šefčovič, passou a ser vice-presidente executivo para o Pacto Ecológico Europeu e, agora com a nomeação de Wopke Hoekstra, ficará também incumbido de o orientar.
A saída de Frans Timmermans foi a terceira baixa do executivo liderado por Ursula von der Leyen, que iniciou funções em 2019.
Frans Timmermans, de 62 anos, foi confirmado há uma semana como cabeça da lista social-democrata e verde para as eleições legislativas antecipadas neerlandesas do outono.
Timmermans ambiciona suceder ao conservador Mark Rutte, o primeiro-ministro cessante que esteve 13 anos no poder – um recorde de longevidade governativa na história do país – e que anunciou que abandonaria a política após o escrutínio.