SAÚDE QUE SE VÊ

Governo britânico sob pressão para reduzir espera por ambulâncias e melhorar saúde

LUSA
18-01-2023 17:29h

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, prometeu reduzir os tempos de espera por ambulâncias, cujo aumento para além dos 18 minutos recomendados foi hoje criticado pelo Partido Trabalhista, bem como outros problemas do serviço nacional de saúde.

Sunak disse que haverá financiamento adicional para aliviar a pressão nas emergências hospitalares e reforçar o atendimento a chamadas de ambulância vai permitir "melhorar os tempos das ambulância à medida que recuperarmos da pandemia e das pressões deste inverno”.

O chefe do Governo respondia ao líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, que denunciou tempos de espera superiores em várias cidades inglesas, incluindo em Plymouth, de onde Sunak é natural. 

Starmer desafiou Sunak a “deixar-se de desculpas, parar de culpar os outros, parar com os jogos políticos e simplesmente diga: quando é que vai resolver estes atrasos”. 

"Durante os cerca de 40 minutos que estas sessões [no Parlamento] tendem a durar, 700 pessoas vão chamar uma ambulância, duas irão declarar um ataque cardíaco, quatro um AVC. Em vez da ajuda rápida de que necessitam, muitos irão esperar e esperar e esperar”, alertou. 

As críticas do líder do principal partido da oposição sobre os problemas no serviço nacional de saúde britânico coincidem com o início hoje dois dias de greve dos enfermeiros sobre salários e condições de trabalho.

Duas greves de 12 horas hoje e na quinta-feira vão afear cerca de 25% dos hospitais e centros de saúde em Inglaterra, resultando no cancelamento de milhares de consultas e procedimentos, embora cuidados de emergência e o tratamento do cancro estejam protegidos.

O sindicato Royal College of Nursing (RCN) pediu inicialmente um aumento de 19% para compensar a perda de poder de compra nos últimos anos agravada pela inflação mas admitiu ficar-se por metade do valor. O Governo só está disposto a pagar 5%. 

"Os aumentos salariais incomportáveis significariam a redução dos cuidados aos doentes e o aumento da inflação que nos tornaria a todos mais pobres", argumentou o ministro da Saúde, Steve Barclay, num artigo no jornal Independent.

A inflação no Reino Unido atingiu em outubro um máximo de 41 anos de 11,1%, impulsionada pelo aumento acentuado dos custos energéticos e alimentares, mas abrandou ligeiramente para 10,5% em dezembro.

Pat Cullen, secretária-geral do RCN, disse que o sindicato tinha "estendido um ramo de oliveira, de facto toda a árvore, ao governo”, urgiu a reabertura de negociações, ameaçando com novas greves em fevereiro. 

Às paralisações dos enfermeiros deverão juntar-se as dos tripulantes de ambulâncias. 

O governo irritou os sindicatos ao introduzir uma proposta de lei que tornará mais difícil aos trabalhadores essenciais fazer a greve ao estabelecer “níveis mínimos de segurança" para bombeiros, serviços de ambulância e caminhos-de-ferro.

MAIS NOTÍCIAS