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Migrações: Cinco países da OCDE receberam mais de 100 mil novos pedidos de asilo

LUSA
10-10-2022 10:01h

Cinco países da OCDE – Estados Unidos, Alemanha, México, Costa Rica e França - registaram, no ano passado, mais de 100.000 novos pedidos de asilo, um valor só comparável com o atingido durante a crise migratória de 2015.

De acordo com o relatório “O Panorama das Migrações Internacionais da OCDE 2022”, hoje divulgado pela organização internacional de cooperação, os Estados Unidos receberam cerca de 190.000 novos pedidos de asilo em 2021, mantendo-se como o país mais procurado.

Ainda assim, os Estados Unidos receberam, no ano passado, menos 26% de pedidos de asilo do que em 2020 e menos 37% do que em 2019, detalha o documento assinado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

A maior parte dos requerentes de asilo para este país são procedentes da Venezuela, mas também da Guatemala, Honduras, El Salvador e Haiti.

No geral, mais de 70% de todos requerentes de asilo nos Estados Unidos são da América Latina e das Caraíbas.

A Alemanha foi o segundo país mais procurado por quem precisava de proteção internacional, recebendo quase 150.000 novos pedidos de asilo em 2021.

Este número representa um aumento de cerca de 45%, liderado por pedidos de cidadãos da Síria (+50%), do Afeganistão (+135%) e do Iraque (+58%).

O México, que antes de 2016 não aparecia nesta lista, ficou em terceiro lugar entre os mais procurados por requerentes de asilo no ano passado, com mais de 130.000 pedidos, o que representou três vezes mais do que em 2020.

Deste total de pedidos às autoridades mexicanas, 40% foram apresentados por requerentes do Haiti, seguidos de nacionais das Honduras e da Costa Rica.

Estes números “confirmam a tendência de aumento de pedidos de proteção internacional na América Central e do Sul”, refere o relatório.

Uma tendência que é reforçada pelos mais de 100.000 pedidos de asilo recebidos pela Costa Rica em 2021 da vizinha Nicarágua.

Em França, o quinto país mais procurado, o número de pedidos de novos asilos atingiu os 104.000 em 2021, ou seja, mais 27% do que no ano anterior.

Neste país, a origem dos requerentes é mais diversificada, tendo somado 16.000 pedidos provenientes de afegãos e mais de 3.000 oriundos de 10 países diferentes, entre os quais Espanha, Reino Unido, Itália e Áustria.

No conjunto dos países da OCDE, o número de novos requerentes de asilo ultrapassou um milhão, uma recuperação na ordem dos 28% em relação a 2020, mas ficando aquém dos níveis pré-pandemia de covid-19.

Na OCDE como um todo, a proporção de novos requerentes de asilo em relação à população total foi, no ano passado, de 792 pessoas por cada um milhão, sendo os maiores aumentos observados para os nacionais da Nicarágua e do Haiti.

Segundo a análise da organização internacional, as concessões de proteção internacional aumentaram 3% em 2021, após uma queda muito acentuada em 2020.

O número de novos refugiados mais do que duplicou no Canadá, para mais de 60.000, e recuperou entre 40% e 74% em França, Itália, Áustria, Países Baixos e Bélgica.

As maiores quedas verificaram-se na Austrália, Grécia e Espanha.

A nível regional, os países europeus da OCDE emitiram 325.000 decisões positivas de proteção internacional em 2021, ou seja, menos 2% do que em 2020, mas apenas menos 8% do que 2019.

A OCDE é uma organização internacional composta por 38 países da América do Norte e do Sul, da Europa e da Ásia-Pacífico, da qual Portugal é membro fundador.

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