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Covid-19: Ilha de São Miguel irá passar a alto risco de contágio

LUSA
13-04-2021 20:52h

A ilha de São Miguel, nos Açores, vai passar ao patamar de alto risco de contágio de covid-19, levando à imposição de recolher obrigatório às 20:00 durante a semana e às 15:00 ao fim de semana.

A informação foi avançada hoje à agência Lusa pelo secretário regional da Saúde e Desporto do Governo dos Açores, Clélio Meneses.

As medidas deverão entrar em vigor a partir da próxima quinta-feira, mas o secretário regional da Saúde remeteu mais esclarecimentos para uma conferência de imprensa que será realizada na quarta-feira, após a reunião do Conselho de Governo Regional.

“Amanhã [quarta-feira] iremos anunciar as medidas, vamos antecipar para amanhã [quarta-feira] a conferência que normalmente é feita na quinta-feira exatamente pelo facto de a situação merecer uma atenção particular”, destacou.

Segundo Clélio Meneses, “neste momento há pelo menos três concelhos em alto risco o que faz com que, de acordo com o decreto regulamentar regional em vigor, toda a ilha de São Miguel irá passar a alto risco”, declarou o governante.

Com a passagem de São Miguel para o patamar de alto risco passará a vigorar naquela ilha o recolher obrigatório das 20:00 às 05:00 do dia seguinte durante a semana e das 15:00 às 05:00 ao fim de semana.

O patamar de alto risco implica, também, o encerramento dos estabelecimentos de ensino e a adoção do ensino à distância, bem como o encerramento dos bares e restaurantes às 15:00, que podem funcionar a partir daí e até às 22:00 em ‘take away’.

“Não são medidas que o governo decide tomar em abstrato, já estavam determinadas, e há uma evolução [da pandemia de covid-19] nesse sentido”, realçou Clélio Meneses.

A passagem de São Miguel para o patamar de alto risco deve-se à inclusão do concelho da Lagoa naquele patamar, onde já estavam os concelhos de Vila Franca do Campo e Nordeste.

“Com três concelhos em alto risco fica a ilha em alto risco com as medidas resultantes deste nível de risco”, assinalou.

O responsável político pela Saúde na região adiantou também que o concelho da Ribeira Grande está no “limiar” de passar a alto risco, sendo que tal vai “depender” do número de casos diário da próxima quarta-feira.

Clélio Meneses considerou que a situação da pandemia na região, devido às “testagens massivas” e à “identificação de casos suspeitas”, está “controlada”, apesar de ser “preocupante”.

“Os números são significativos, merecem uma atenção particular, merecem uma atenção especial e medidas especiais como aquelas que temos vindo a tomar. Mas, é neste pressuposto das medidas que estamos a tomar que se pode dizer que a situação está controlada, apesar de ser preocupante”, realçou.

Existem cinco níveis de risco: muito baixo (menos de 25 casos por 100 mil habitantes), baixo (entre 25 e 49 casos por 100 mil habitantes), médio (entre 50 a 74 casos por 100 mil habitantes), médio alto (entre 75 e 99 casos por 100 mil habitantes) e alto (mais de 100 casos por 100 mil habitantes).

Por já estarem no nível de alto risco, a Autoridade de Saúde Regional determinou na segunda-feira, com efeitos a partir de hoje, o encerramento de todos os estabelecimentos de restauração, bebidas e similares nos concelhos do Nordeste e de Vila Franca do Campo, sendo permitido apenas o funcionamento em serviço de entrega ao domicílio e ‘take-away’ até às 22:00.

Na semana passada, o Governo também já tinha determinado que as escolas da ilha de São Miguel iriam continuar em ensino à distância até sexta-feira, regime que entrou em vigor na semana anterior ao período de férias de Páscoa.

Os Açores registam atualmente 326 casos ativos, sendo 325 em São Miguel: 146 no concelho de Vila Franca do Campo, 75 em Ponta Delgada, 45 no Nordeste, 35 na Ribeira Grande, 20 na Lagoa e quatro na Povoação.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.947.319 mortos no mundo, resultantes de mais de 136,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.923 pessoas dos 828.173 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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