O Brasil recusou conceder o certificado necessário para o uso da vacina indiana contra a covid-19 Covaxin, após analisar os riscos que a sua aplicação representaria no país sul-americano, informaram hoje fontes oficiais.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, órgão regulador do Brasil) indicou, em comunicado, que rejeitou o chamado "certificado de boas práticas" apresentado pela empresa responsável pela vacina, a Bharat Biotech.
Essa autorização é uma das etapas prévias para que vacinas como a Covaxin possam ser utilizadas no país, o segundo mais afetados pela covid-19 em todo o mundo, depois dos Estados Unidos.
A decisão sobre o certificado requerido pela Covaxin foi tomada após representantes da Anvisa terem realizado uma inspeção na fábrica da empresa indiana entre os dias 01 e 05 de março.
“Após a avaliação final, concluiu-se que o plano de ação enviado pela empresa não é suficiente para mitigar todos os riscos que implica a fabricação da vacina a curto prazo”, diz o comunicado.
Em concreto, acrescenta a nota, “durante a inspeção foram encontradas diferentes inconformidades (...) que denotam um risco significativo para a fabricação e garantias de qualidade do produto, o que implica um risco para a saúde dos utilizadores”.
De acordo com a imprensa local, a Covaxin é usada atualmente na Índia e em cinco outros países (Irão, Myanmar, Guiana, Zimbábue e Ilhas Maurícias).
O processo de vacinação no Brasil contra o covid-19 está a ser feito principalmente com o imunizante Coronavac, do laboratório chinês Sinovac, e em menor proporção com a Covishield, da farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca e da Universidade Britânica de Oxford.
Ao contrário da vacina indiana, os antidotos do consórcio Pfizer-BioNTech -que já tem registo definitivo para uso no Brasil- e o do laboratório belga Janssen, do grupo Johnson&Johnson, tiveram os seus certificados aprovados no Brasil.
Ainda hoje, um laboratório em Guarulhos (São Paulo), que integra o processo de produção no país da vacina russa Sputnik V, que está a cargo da empresa local União Química, e três empresas que desempenham funções similares para a Janssen obtiveram individualmente o mesmo certificado.
O processo de vacinação contra covid-19 avança lentamente no Brasil em relação ao calendário programadas, e, até hoje, apenas 10% da população recebeu a primeira dose de um imunizante e 3% a segunda.
De acordo com os dados mais recentes, a pandemia do coronavírus infetou 12,6 milhões de pessoas no Brasil e causou a morte de 313.866.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.792.586 mortos no mundo, resultantes de mais de 127 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.