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Covid-19: JP desafia detentores de cargos políticos a abdicarem de vacinação

LUSA
26-01-2021 14:25h

A Juventude Popular desafiou hoje os detentores de cargos políticos a abdicarem da vacinação contra a covid-19 nesta fase, considerando que poderá ser um “sinal contraditório” já que há profissionais ainda preteridos dos grupos prioritários.

Em comunicado, o presidente da JP, Francisco Mota, “desafia os detentores de cargos políticos” a abdicarem da vacinação contra o SARS-CoV-2, depois de “ter sido noticiado” que há profissionais de vários setores que ainda não estão incluídos nos grupos prioritários.

Os titulares de órgãos de soberania, deputados, funcionários da Assembleia da República, membros dos órgãos das regiões autónomas da Madeira e dos Açores, assim como presidentes de câmara, enquanto responsáveis da proteção civil, vão começar a ser vacinados na próxima semana.

De acordo com um despacho, emitido na segunda-feira pelo primeiro-ministro e a que o Diário de Notícia teve acesso, também a Provedora da Justiça, os elementos do Conselho de Estado e a magistratura do Ministério Público também vão estar incluídos na vacinação que tem início na primeira semana de fevereiro.

Na nota divulgada hoje, o dirigente da JP considera que é um “sinal contraditório dado aos portugueses e uma falta de sentido de Estado” que seja dada “prioridade a detentores de cargos políticos beneficiados pelo lugar que ocupam”, em vez das “circunstâncias de saúde, como todos os outros portugueses”.

Francisco Mota acrescenta que é “inaceitável que bombeiros, forças de segurança e professores, que estão na linha da frente desta guerra, não sejam contemplados”, acusando a classe política de utilizar “um privilégio” que “nenhum português” tem.

A ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou na segunda-feira que vai arrancar na próxima semana a “vacinação dos maiores de 50 anos com certas comorbilidades, dos bombeiros e equipas de primeira intervenção de ação social e ainda das pessoas que asseguram serviços essenciais".

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 10.721 pessoas dos 643.113 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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