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“Esta carta é um apelo para que a senhora ministra leve em conta os doentes não COVID-19”, afirma Germano Sousa

CANAL S+ / VD
14-10-2020 19:02h

O atual e os antigos Bastonários da Ordem dos Médicos decidiram escrever uma carta aberta à Ministra da Saúde para que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) lidere a resposta a dar aos doentes COVID e não COVID-19.

Na missiva divulgada esta manhã no jornal “Público”, o atual bastonário e os anteriores afirmam “o que nos move (…) senhora Ministra da Saúde, é a angústia de quem conhece os doentes pelo nome e sabe que o SNS como está, sozinho, não os poderá ajudar a todos. Não há tragédia maior que esta”.

Na carta aberta a Marta Temido, o atual e os anteriores bastonários da Ordem dos Médicos afirmam: “É vital que haja uma mudança imediata de rumo na estratégia do SNS (…) para que não se volte a deixar ninguém para trás”.

Em entrevista ao Canal S+, o antigo Bastonário da Ordem dos Médicos, José Germano de Sousa explica que se trata de um apelo à governante para que altere o rumo que tem vindo a ser seguido até aqui, sobretudo numa altura em que se está a “discutir e a analisar o Orçamento de Estado para 2021”.

Com milhares de consultas, cirurgias e exames de diagnóstico adiados, por causa da concentração de meios humanos na luta contra a pandemia da COVID-19, o atual e os antigos Bastonários da Ordem dos Médicos garantem que “o SNS vai precisar de uma capacidade de resposta muito superior à que existe hoje” e pedem mais investimento na Saúde, para fazer face ao cenário que se avizinha nas próximas semanas.

Para os signatários da carta aberta, seria fundamental pensar numa resposta que envolva o sector social e os privados, de modo a não deixar ninguém para trás. 

Entrevistado pelo Canal S+, José Germano de Sousa congratula-se ainda com a decisão tomada esta tarde pelo Primeiro-Ministro, António Costa, ao enviar para a Assembleia de República uma proposta para que seja obrigatório o uso de máscara na via pública e a utilização da aplicação stayaway covid em contexto laboral e escolar.

Esta tarde em conferência de imprensa, após o Conselho de Ministros, António Costa anunciou que o país entra em estado de calamidade por causa da pandemia à meia-noite. Do conjunto de novas medidas restritivas, encontram-se proibidas as reuniões e ajuntamentos na via pública com mais de 5 pessoas.  

O último relatório da Direção Geral da Saúde (DGS) divulgado hoje dá conta de 2.072 novos casos de infeção pelo SARS-COV-2, o valor diário mais elevado desde o início da pandemia de covid-19.

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