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Covid-19: Manifestantes em Lisboa acusam Bolsonaro de cometer "crime de Estado" ao negar pandemia

LUSA
29-05-2020 19:48h

O cineasta português Sérgio Tréfaut acusou hoje o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de cometer "um crime de Estado" e "um genocídio" ao "negar" a pandemia de covid-19, num protesto em frente ao consulado do Brasil em Lisboa.

"O que o Presidente Bolsonaro está a fazer é um crime de Estado (...), um genocídio, por negacionismo de uma pandemia", afirmou, numa iniciativa que decorreu hoje ao final da tarde em Lisboa, para contestar a situação política e chamar a atenção para as mortes por covid-19 no Brasil, o segundo país com mais infeções a nível mundial (26.417 mortos e mais de 438 mil casos).

Na sua intervenção, Sérgio Trefaut defendeu também que, perante tudo o que se está a passar no Brasil, o Estado português deve assumir uma posição.

Os organizadores do protesto sustentaram que o Governo liderado por Bolsonaro não tem legitimidade para permanecer no poder, pedindo um posicionamento da comunidade internacional.

Em frente às instalações do Consulado-Geral do Brasil em Lisboa, 10 intelectuais portugueses e brasileiros juntaram-se à iniciativa promovida por Tréfaut, de nacionalidade portuguesa mas nascido na cidade brasileira de São Paulo.

"Nestes últimos dias, a situação no Brasil continua a piorar", disse Sérgio Tréfaut.

A Câmara Municipal de Lisboa e a PSP estavam avisadas do protesto, que cumpriu as restrições a que obriga a pandemia de covid-19, ou seja, sem aglomerações, referiu Sérgio Tréfaut numa nota enviada à imprensa.

O protesto consistiu na realização de uma intervenção plástica (pintura) e na afixação de cartazes, onde se lia "Deposição imediata. 'Impeachment'. Julgamento", "O Brasil não é isto" ou "Brasil, previsão até agosto: 100 mil mortos. 'E daí?', pergunta Jair Bolsonaro".

Outro cartaz diz: "Bolsonaro, genocida demente".

Os manifestantes deixarma um apelo aos portugueses para que mostrem solidariesade com o povo brasileiro, porque "o Brasil está de luto".

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 360 mil mortos e infetou mais de 5,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,3 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.383 pessoas das 31.946 confirmadas como infetadas, e há 18.911 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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