SAÚDE QUE SE VÊ

Covid-19: Santarém mantém hospital de retaguarda pelo menos até final de junho

LUSA
28-05-2020 18:40h

A Câmara de Santarém perspetiva manter montado o hospital de retaguarda criado na EB2,3 Alexandre Herculano até ao final de junho, tendo em conta que o número de casos da covid-19 ainda não estagnou, disse o presidente do município.

Ricardo Gonçalves aguarda pelas medidas que serão aprovadas no Conselho de Ministros de sexta-feira, mas referiu à Lusa que, tendo em conta que estão ainda a decorrer as vistorias a lares ilegais, não está em perspetiva a desmontagem do hospital de retaguarda nem da tenda instalada junto ao Hospital de Santarém.

“Imagine-se que há um pico e o hospital de campanha é necessário. Não vamos desmontar”, declarou.

A Câmara de Santarém criou, no início de abril, um hospital de retaguarda com 50 camas, para onde poderão ser transferidos doentes de cuidados continuados do Hospital Distrital de Santarém (HDS), libertando camas nesta unidade.

Este hospital de retaguarda, criado com o objetivo de aumentar a capacidade de resposta do HDS para tratamento de doentes com a covid-19, foi instalado no pavilhão desportivo da escola EB 2,3 Alexandre Herculano, dada a proximidade e as condições que oferece, nomeadamente a existência de cozinha e refeitório e a possibilidade de isolamento de eventuais casos suspeitos que surjam.

Também no início de abril foi instalada uma tenda de campanha adquirida pelo município junto ao HDS.

Ricardo Gonçalves afirmou que este foi praticamente o único investimento monetário feito pelo município, a que se juntaram algumas camas e um contrato para fornecimento e lavagem de roupa, num total de cerca de 25.000 euros.

O equipamento, sobretudo camas, foi cedido pelo HDS, por várias instituições particulares de solidariedade social e pelo Exército.

No âmbito da resposta à população idosa, o concelho dispõe ainda das instalações cedidas pela Estação Zootécnica Nacional, no Vale de Santarém, inseridas no plano preparado pelo Centro Distrital de Santarém do Instituto da Segurança Social para eventual acolhimento de idosos não infetados com a covid-19 que seja necessário retirar de lares que registem casos.

Ricardo Gonçalves salientou o caso do lar ilegal de onde foram retirados na terça-feira 19 idosos que testaram positivo, depois de dois utentes assistidos no Hospital de Santarém terem realizado testes que revelaram estar infetados, embora todos assintomáticos.

“Tem sido uma surpresa muito grande” o número de lares ilegais detetados, disse, referindo a identificação de 42 estruturas destas no concelho, praticamente o dobro da estimativa fornecida pela Segurança Social e pela autoridade de Saúde.

Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

O Governo aprovou novas medidas que entraram em vigor no dia 18 de maio, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.

O regresso das cerimónias religiosas comunitárias está previsto para 30 de maio e a abertura da época balnear para 06 de junho.

MAIS NOTÍCIAS