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Covid-19: Custos com hospital de campanha no Porto não devem ultrapassar donativos – câmara

28-05-2020 18:18h

A Câmara do Porto disse hoje que os custos de funcionamento do hospital de campanha, montado para aliviar a pressão sobre os dois hospitais da cidade, não devem ultrapassar o valor angariado em donativos.

O presidente da autarquia, Rui Moreira, esteve hoje reunido com os administradores dos hospitais de São João e Santo António e o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, António Araújo, para fazer um primeiro balanço sobre o hospital de campanha.

"As quatro entidades envolvidas na montagem e gestão da estrutura, que contou ainda com o apoio de muitas outras e com os donativos de muitos portugueses, fizeram um balanço positivo da colaboração estreita que mantiveram durante o período mais crítico da pandemia no Porto", assinala o município em comunicado.

Segundo os dados hoje revelados, na estrutura, desativada no dia 15 de maio, estiveram internadas 28 pessoas com covid-19, 14 mulheres e 14 homens, com idades entre os 35 e os 92 anos, tendo a duração dos internamentos variado entre um dia e 27 dias, com um tempo médio de 14 dias.

O hospital, instalado no Pavilhão Rosa Mota, esteve ativo cerca de um mês, tendo recebido doentes com covid-19 oriundos dos dois hospitais e também de lares rastreados no âmbito de um programa de separação de positivos e negativos lançado pela autarquia.

De acordo com a autarquia, a estrutura deverá "apresentar contas sustentáveis, com despesas que se estima não venham a ultrapassar o valor angariado".

No dia 14 de abril, em comunicado, o município avançava que a campanha de angariação de fundos "Ligados por um Hospital" tinha ultrapassado os 280 mil euros em donativos através de chamadas telefónicas e mais de 40 mil euros por transferências.

No total e segundo dados do município, na estrutura trabalharam 265 voluntários, entre administrativos (2), auxiliares da ação médica (50), enfermeiros e alunos de enfermagem (53) e médicos ou alunos de medicina (160).

A autarquia assinala que o funcionamento do hospital foi possível graças à cedência do espaço pelo concessionário do pavilhão, às 300 camas cedidas pelo Exército e à colaboração de outras entidades como a Escola de Enfermagem do Instituto de Ciências da Saúde do Porto da Universidade Católica, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.

A estrutura que foi desativada no dia 15 de maio, ainda não foi desmontada, devendo a ser feita nova avaliação a 15 de junho.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 355 mil mortos e infetou mais de 5,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.369 pessoas das 31.596 confirmadas como infetadas, e há 18.637 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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