SAÚDE QUE SE VÊ

Covid-19: “Há um arrastar das fases do processo do luto por não haver despedida”

Canal S+ | ALS
26-05-2020 20:58h

É preciso elaborar a perda, quando morre um ente querido, explica-nos a psicologia. A covid-19 veio baralhar usos e costumes importantes para a sociedade, no que diz respeito aos rituais fúnebres. Não é possível ver a pessoa falecida, pela última vez, e as despedidas são fugazes e sem ombros para chorar o luto.

A pandemia de covid-19 trouxe novas regras às cerimonias religiosas, nomeadamente aos funerais. Como povo habituado ao ritual da despedida, o luto acabou por ser vivido de forma diferente. Estranho, para quem faz questão de vivenciar a morte de um ente querido como manda a cultura portuguesa. Sem direito a caixão aberto ou velório, muitos sentiram negado o seu direito à despedida o que pode resultar em lutos mais prolongados. Como nos explicou a psicóloga Raquel Calapez, ver o corpo da pessoa falecida coloca um ponto final na fase de negação e dá inicio ao processo de aceitação.

A partilha do sofrimento também foi distante, embora seja crucial, no processo do luto, recordar o seu ente querido e ter por perto um ombro para chorar. Pedir ajuda profissional, ou não, é muito importante e deve acontecer, como recorda Raquel Calapez. A psicóloga sublinha, no entanto, que a vídeo conferência não é tão eficaz mas é o possível, por enquanto.  

 

MAIS NOTÍCIAS