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Covid-19: “Os problemas sociais agudizaram-se com a pandemia”

Canal S+ | ALS
21-04-2020 15:33h

Se já era difícil encontrar camas em unidades de cuidados continuados, a pandemia de covid-19 veio agravar ainda mais o panorama. O cenário não muda quando a solução passa por uma estrutura residencial para idosos, um lar, ou simplesmente, apoio domiciliário.

O grande desafio das equipas de serviço social hospitalares começa quando o utente reúne as condições para sair, mas ainda necessita de cuidados que não podem ser prestados em casa ou numa estrutura residencial. Se, sem covid-19, as equipas já se deparavam com falta de camas, agora a dificuldade é ainda maior. O tempo de espera para a Rede Nacional de Cuidados Continuados aumentou, também devido à necessidade de proteger quem está nessas unidades. Como consequência, os hospitais não conseguem desbloquear camas necessárias para outros doentes. Mónica Alexandre, Assistente Social, integra as equipas de gestão de altas e hospitalização domiciliária, do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, explicou ao Canal S+ que já não é possível colocar doentes na área de residência. O critério agora é a primeira vaga disponível na região norte.

Para entrar numa Unidade de Cuidados Continuados, o doente tem que testar negativo para covid-19. Mesmo assim, é preciso ficar 14 dias em isolamento.

A Hospitalização Domiciliária tornou-se uma opção há mais de dois anos e já atingiu o objetivo de 20 doentes internados. O serviço, em tempo de pandemia, continua a funcionar com novos desafios para o serviço social.

Esta pandemia, no olhar de Mónica Alexandre, só veio agudizar os problemas sociais que já existiam. Além da Rede de Cuidados Continuados, as dificuldades sentem-se também na procura de estruturas residenciais para idosos, os chamados lares, e no apoio domiciliário.  

Casos de abandono de idosos, vão sempre existir, mas a experiência tem mostrado a Mónica Alexandre que a grande maioria das famílias quer cuidar dos idosos, mas não consegue. As respostas existentes foram criadas tendo em conta realidade que hoje já são desadequadas.

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