Em comunicado, o partido diz que essa empresa do distrito de Aveiro conta com uma equipa de 250 funcionários e que, desses, "se prepara para dispensar todos os trabalhadores temporários a partir do dia 07 de abril", deixando "muitos sem qualquer tipo de proteção social".

Outra fonte do BE diz que o argumento utilizado pela ERT foi o de "já não necessitar do serviço desses colaboradores", mas acusa de "aproveitamento" a multinacional portuguesa que tem como principal área de negócio o fabrico de componentes para interiores automóveis.

"Esta empresa sempre teve dezenas de trabalhadores temporários que aí despenhavam tarefas permanentes", diz o comunicado do BE, notando que isso constituía, "na prática, um grave atropelo à legislação existente".

O partido defende, por isso, que "é necessário acabar com os despedimentos imediatamente" porque só assim se conseguirão evitar que algumas empresas tomem medidas "para literalmente se livrarem dos trabalhadores".

Nesse sentido, o BE acusa o Governo PS de "falta de coragem" e de estar "a facilitar os despedimentos em massa", e perguntou em concreto ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social se a atividade da unidade de São João a Madeira tem sido fiscalizada pela Autoridade para as Condições do Trabalho.

Contactada pela Lusa, a ERT Têxtil Portugal S.A. ainda não prestou esclarecimentos sobre o assunto.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).

Dos infetados, 1.058 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.

Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.