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Covid-19: Líder da Igreja Ortodoxa russa percorre ruas de Moscovo e reza pelo fim da pandemia

LUSA
03-04-2020 19:47h

O líder da Igreja Ortodoxa russa percorreu hoje as ruas de Moscovo numa carrinha, transportando um ícone ortodoxo da Virgem Maria com o intuito de proteger os fiéis e rezar pelo fim da pandemia do novo coronavírus.

A procissão conduzida pelo patriarca russo Kirill, de 73 anos, foi transmitida em direto por um canal religioso local e foi acompanhada nas ruas da capital russa por outros veículos.

Segundo o testemunho de um repórter fotográfico da agência France-Presse (AFP) destacado no local, a carrinha que transportava o patriarca passou junto dos muros do Kremlin, sede da Presidência russa.

Durante o trajeto, o patriarca Kirill proferiu uma oração para afastar os perigos da pandemia da covid-19, de acordo com o canal de televisão religioso designado Spas, que também explicou que o ícone ortodoxo da Virgem Maria escolhido para fazer este trajeto é considerado pelos crentes como milagroso.

"Senhor nosso Deus (...) protege-nos da praga destrutiva", disse o líder da Igreja Ortodoxa russa na oração.

A Rússia regista 4.149 casos de infeção pelo novo coronavírus, 34 deles mortais, segundo os últimos dados oficiais.

Moscovo é o principal foco do surto da covid-19 na Rússia.

Na quinta-feira, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou que a grande maioria dos trabalhadores russos fiquem em casa até ao final de abril, com salário pago, para travar a propagação do novo coronavírus.

Numa mensagem ao país transmitida pela televisão, Putin disse que decidiu estender até 30 de abril a medida anunciada antes para vigorar esta semana.

A medida não abrange os trabalhadores de indústrias essenciais, cabendo às autoridades de cada região definir quais são, assim como os que trabalham em estabelecimentos comerciais de venda de alimentos e farmácias.

Putin afirmou que, a par de proteger a saúde pública, é importante proteger o rendimento das pessoas e evitar um aumento do desemprego, sublinhando que os trabalhadores devem continuar a receber o salário durante o período em que não trabalham.

O líder russo disse ainda que as medidas tomadas até à data permitiram "ganhar tempo" e desacelerar a propagação do vírus no país, mas advertiu que o número de infeções ainda não atingiu o pico, admitindo "medidas suplementares em função da evolução da situação"

Apesar das medidas assumidas no país, a Igreja Ortodoxa russa recusa-se, até à data, encerrar os locais de culto, embora o patriarca Kirill tenha aconselhado os fiéis a rezarem em casa durante a pandemia.

O Patriarcado de Moscovo, considerado muito próximo do poder russo, indica ter 150 milhões de fiéis em todo o mundo.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 55 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 200 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

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