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Covid:19- “O risco está historicamente elevado”, afirma investigador da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

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18-01-2021 18:53h

Óscar Felgueiras, professor de matemática e especialista em estatística e modelação matemática da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) que, desde Março de 2020, acompanha em permanência a pandemia da COVID-19, ao serviço da ARS-Norte, garante que “o risco está historicamente elevado”.

O investigador, responsável por elaborar diversos modelos de projeção e de evolução da pandemia em toda a Região Norte, está convencido que o número de óbitos no país tem aumentado, muito provavelmente, por culpa da vaga de frio que se abateu sobre o território nacional nas últimas semanas, a par dos encontros familiares do Natal.

Quanto à possibilidade de termos, em breve, 14 mil casos de novas infeções por dia, como foi avançado por alguns especialistas na última reunião do INFARMED, Óscar Felgueiras explica que para isso acontecer, a capacidade de testagem teria de ser superior à registada até aqui.

O professor de matemática, ao serviço da ARS-Norte lembra que “detetar 14 mil casos significaria termos 80 mil testes feitos num dia. Isso até hoje nunca aconteceu. Nunca houve mais de 55 mil testes feitos em Portugal num dia. Não é fácil por razões de ordem prática atingir esses valores”, sublinha.

 

 

Confiante nos efeitos a longo prazo do novo confinamento, Óscar Felgueiras lamenta que a positividade, um dos critérios mais importantes na análise e evolução da pandemia da COVID-19, se mantenha extremamente elevada. O especialista em epidemiologia afirma que essa tem sido “uma razão de preocupação. (…) Apesar dos números estarem muito elevados, a verdade é que não estamos a conseguir detetar uma grande parte dos casos existentes”.

Óscar Felgueiras lembra ainda que com a subida exponencial de novas infeções por SARS-COV 2, “Não se consegue rastrear neste momento da mesma forma como se estava a rastrear antes do Natal. “ Para o professor de matemática da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) são precisos mais recursos humanos para levar a cabo os inquéritos epidemiológicos. O especialista assegura que existem “pilares fundamentais” para combater a pandemia: a testagem e o rastreio de contactos são dois deles.

O matemático da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) que começou por se dedicar ao estudo epidemiológico da tuberculose, uma doença igualmente infeciosa, afirma que “existe alguma semelhança no tipo de dados que se analisa e também no tipo de doença”, mas “a COVID-19 é uma tuberculose em câmara rápida”, afirma.

O último boletim epidemiológico da Direção Geral da Saúde (DGS) dá conta hoje, de um novo máximo histórico de mortalidade, com 167 óbitos a lamentar e 6.702 novos casos de infeção. O boletim revela ainda que foram ultrapassados os cinco mil internamentos hospitalares, permanecendo 664 em unidades de cuidados intensivos.

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