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Macron anuncia 1,5 mil milhões de euros de ajuda internacional para região Grandes Lagos

LUSA
30-10-2025 18:41h

O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou hoje uma ajuda internacional de mais de 1,5 mil milhões de euros para a região dos Grandes Lagos, no âmbito do plano de resposta humanitária das Nações Unidas.

"Hoje, juntos, demos um passo e estou orgulhoso em anunciar que mobilizámos coletivamente mais de 1,5 mil milhões euros de assistência para as populações mais vulneráveis", declarou o chefe de Estado no encerramento de uma conferência internacional em Paris sobre o apoio à paz e à prosperidade na região dos Grandes Lagos, em África.

Segundo Macron, esta ajuda vai possibilitar o acesso a medicamentos e alimentos na região.

A conferência, coorganizada pela França e pelo Togo, que  encerrada pelo Presidente francês com os seus homólogos congolês, Félix Tshisekedi, e togolês, Faure Gnassingbé, contou com a presença de 70 países e organizações e ocorreu num momento em que a crise humanitária continua a agravar-se na República Democrática do Congo (RDCongo), país vizinho de Angola.

Também hoje a diplomacia da União Europeia (UE) decidiu reforçar, com nove milhões de euros, o apoio humanitário à RDCongo este ano para "responder às trágicas necessidades do país".

"A Comissão Europeia está a disponibilizar um montante adicional de nove milhões de euros em ajuda humanitária à República Democrática do Congo para responder às trágicas necessidades humanitárias do país", anunciou a instituição em comunicado.

Esta verba soma-se aos 120 milhões de euros em ajuda humanitária da UE já disponibilizados à região dos Grandes Lagos em 2025, com foco no leste da RDCongo.

Macron, no seguimento da conferência em Paris, anunciou também a reabertura do aeroporto de Goma, no leste da RDCongo, para voos humanitários "nas próximas semanas", bem como corredores humanitários seguros para o encaminhamento da ajuda.

Perto de 27 milhões de habitantes da RDCongo estarão em insegurança alimentar até 2026 e os níveis de fome estão a aumentar especificamente nas províncias do leste, onde houve um acentuar dos conflitos com a presença do grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), que conquistou cidades estratégicas na região no início do ano, segundo dados das Nações Unidas.

O leste da RDCongo, rico em recursos naturais e fronteiriço com o Ruanda, tem estado em conflito há 30 anos.

A violência intensificou-se desde janeiro com a tomada das grandes cidades de Goma e de Bukavu pelo grupo armado antigovernamental M23, alegadamente apoiado por Kigali e pelo seu exército.

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